Total de visualizações de página

domingo, 5 de maio de 2013

Canção de mim mesmo (Walt Whitman)

"EU CELEBRO a mim mesmo,
E o que eu assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a você.

Vadio e convido minha alma,
Me deito e vadio à vontade . . . . observando uma lâmina de grama do verão.

Casas e quartos se enchem de perfumes . . . . as estantes estão entulhadas de perfumes,
Respiro o aroma eu mesmo, e gosto e o reconheço,
Sua destilação poderia me intoxicar também, mas não deixo.

A atmosfera não é nenhum perfume . . . . não tem gosto de destilação . . . . é inodoro,
É pra minha boca apenas e pra sempre . . . . estou apaixonado por ela,
Vou até a margem junto à mata sem disfarces e pelado,
Louco pra que ela faça contato comigo.

A fumaça de minha própria respiração,ecos, ondulações, zunzuns e sussurros . . . . raiz de amaranto, fio de seda, forquilha e
Minha respiração minha inspiração . . . . a batida do meu coração . . . . passagem de O aroma das folhas verdes e das folhas secas, da praia e das rochas marinhas de cores videira,sangue e ar por meus pulmões,escuras, e do feno na tulha,
O som das palavras bafejadas por minha voz . . . . palavras disparadas nos
redemoinhos do vento,
Uns beijos de leve . . . . alguns agarros . . . . o afago dos braços,
Jogo de luz e sombra nas árvores enquanto oscilam seus galhos sutis,
Delícia de estar só ou no agito das ruas, ou pelos campos e encostas de colina,
Sensação de bem-estar . . . . apito do meio-dia . . . . a canção de mim mesmo se
erguendo da cama e cruzando com o sol."



Nenhum comentário:

Postar um comentário